Desde a última quinta-feira que não têm vindo boas notícias do lado de ambos os lados do Atlântico. Por cá, na Europa, vemos a França, um país central da UE, dividído entre a extrema esquerda e a extrema direita. Por lá, nos Estados Unidos, há uma crise na campanha de Joe Biden na sequência da sua pobre prestação no debate eleitoral. Mesmo com o declínio do actual presidente, não deixa de ser deprimente ver que um criminoso consegue ser mais popular nas sondagens. Não abona a favor dos americanos. Como se não bastasse, o supremo tribunal norte-americano decidiu atirar uma bola demolidora contra os checks-and-balances que ainda restam contra a fígura do presidente dos Estados Unidos. Isto cria uma situação assimétrica da qual um presidente com princípios morais não irá tirar proveito, mas a partir da qual um fascista como o Donald Trump, irá certamente dar a estocada final na democracia dos Estados Unidos.
Iria precisar de escrever um livro para tentar antecipar o desastre que isso trará para a Europa. Basta dizer que um Trump que corte o apoio à Ucrânia, e que ponha em dúvida o cumprimento do artigo 5º da NATO, estará a convidar o Putin a continuar a sua agressão… até estarmos todos na III Guerra Mundial. Esta é apenas a mais grave das consequências num completo filme de horrores do qual espero livrarmo-nos em Novembro.
E no meio de todos os perigos surgem figuras heróicas, sendo a mais interessante de todas possivelmente a heroína Stormy Daniels, que cometeu o enorme “crime” de contar a verdade em tribunal sobre Donald Trump. Está agora a pagar as consequências por isso. Ficou com uma enorme dívida para pagar aos advogados, despesas de viagens, etc. Vê-se assediada, ameaçada e perseguida, e sem oportunidades de trabalho, porque quem a contrata é ameaçada de morte. A mensagem é simples: Quem põe em cheque o chefe da máfia, leva. (faz lembrar algo?)
Para tentar sobreviver, a Stormy Daniels teve de criar uma campanha no GoFundMe para conseguir agora pagar as suas despesas legais e conseguir ultrapassar as dificuldades que todo o processo criou na sua vida pessoal e profissional. Encontra-se aqui:
Ora bem, depois de ouvir a sua história, como eu não gosto de mafiosos, não gosto de fascistas, e tenho uma profunda admiração pelas pessoas que se chegam à frente para contar a verdade, não pude deixar de contribuir para essa campanha. Sabendo o impacto que a política norte americana tem nas nossas vidas, não tendo qualquer voto na matéria e não sendo legal fazer contribuições de campanha, foi catártico poder pelo menos apoiar esta heroína que lutou pela verdade.
p.s. Eu estou perfeitamente ciente da profissão da Stormy Daniels. É absolutamente irrelevante para mim.